domingo, 6 de dezembro de 2015

A saúde não aguenta!

O exercício do magistério na sociedade atual comprovadamente concentra fatores que contribuem para diferentes formas de esgotamento físico e emocional, entre os quais podemos mencionar: danos às cordas vocais; doenças do aparelho respiratório; dores nas costas (distúrbios osteomusculares); lesões por esforços repetitivos (LER/DORT); danos psicológicos (que se manifestam por intensa tristeza e, em alguns casos, até pela depressão e a síndrome do esgotamento profissional). Veja alguns depoimentos e se puder, contribua com o seu!

“Eu tive uma inflamação absurda no braço e no ombro. Eu perdi o movimento do braço, por causa de uma capsulite. O ortopedista disse que isto tem origem emocional Eu fiz três anos de fisioterapia. A escola vira tudo contra o professor, coloca tudo nas costas do professor, é muita pressão! O professor não pode falar nada, tem que engolir tudo, senão eles te chamam ‘na salinha’ para conversar com as coordenadoras e as psicólogas. É o professor contra quatro: um massacre! Ninguém aguenta!”

“Fiquei cheio de manchas de pele, de fundo emocional. O desgaste emocional e a insatisfação são grandes. O aborrecimento com o aluno gera muito estresse. Eu perco o sono e o apetite me preocupando em preparar aulas e provas.”

 “Eu tinha uma turma de 25 alunos, sem ajudante e com crianças de 2 anos (que não falam, que usam fralda, que mordem! Acabei ficando doente, tive amidalite várias vezes e por isto precisei faltar. Talvez precisasse me operar. Pedi para faltar uma vez por semana para fazer um tratamento para alergia. Eles não aceitaram. Preferiram me demitir. Podiam ter diminuindo a minha carga de trabalho, me colocando com uma turma só. Mas nesta escola eles lá só aceitam você se você pegar os dois turnos, é muito desgastante.”

 “Sou professora, tenho 35 anos e câncer de mama há quatro anos. Sempre trabalhei em na escola pública e na privada. Todos afirmam que o câncer de mama é uma doença emocional, mas o INSS não queria me dar a licença médica. Eles disseram que não é uma doença laboral. Hoje, está muito difícil lecionar. A gente se desgasta muito, tem muito aborrecimento, tá muito difícil porque o aluno tem muito direito, mas não tem deveres, a escola exige muito do professor. Mas não exige a contrapartida do aluno e também dos pais. Então o professor tem que ouvir de tudo e ser sempre muito correto, mesmo com a obrigação de aturar o que tiver que aturar. Então, está muito complicado lecionar. Eu acredito que o meu câncer tenha relação com o trabalho sim, já que é uma doença também relacionada com fundo emocional.  comigo, mas eles não sabiam era o que fazer comigo.. Consegui me tratar foi uma luta por causa do INSS. O INSS me torturou para renovar a minha licença, queriam que eu me tratasse e continuasse trabalhando. A escola particular foi correta, me deram apoio e eu usei o seguro saúde que fiz através deles.”


“Depois que minha filha nasceu, tipo um ano depois, fiquei hipertensa e uso medicação diária.  Acho que foi a junção de tudo: dois empregos e mais o trabalho que eu sempre levava para casa. Juntou com a falta de tempo para estar junto a minha filha e eu fiquei muito angustiada. Felizmente, pude abrir mão de trabalhar na escola particular. Fiquei só com a minha matrícula no estado.”

2 comentários:

  1. Foi me dando um esgotamento geral. Você prepara as aulas, daí acontece tudo diferente, te dá muita frustração. Parece que quanto mais você tenta caprichar, pior é. Outras vezes, é muito legal, você vê as crianças descobrindo tantas coisas, felizes de aprender. Difícil mesmo é quando eles implicam um com o outro ou brigam. Você precisa estar com a cabeça e o coração ali o tempo todo! E manter a calma num é fácil, com aquele barulho o tempo todo. Eu vou falando cada vez mais alto, e ficando sem voz! Agora tem uma obra ao lado da sala aonde dou aula e piorou. Vivo com a garganta inflamada! Quando chega no fim de semana, eu só quero ficar em silêncio, num quero ficar falando e nem sair pra nenhum lugar barulhento. Isto está afetando o meu casamento! Daí para o psiquiatra foi um pulo!

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  2. “Trabalhei em curso de língua estrangeira por muuuuitos anos e me sentia muito feliz. Depois, a escola virou um super business em que o professor passou a exercer a função de vendedor e recreador de aluno. Neste curso, eu subi no plano de carreira e me tornei uma professora ‘cara’, então deixei de receber vários grupos por isso. Passei a trabalhar em escolas. Pontos positivos: Ampliei minha experiência acadêmica, aprendi a adaptar estilo de aula, aprendi a fazer testes e provas, o que foi muito bom e produtivo; aprendi a adaptar e selecionar materiais, aprendi o que é importante de ser dado dentro do semestre letivo, a decisão era minha! Aprendi a fazer o planejamento do ano letivo. Pontos negativos: Excesso de trabalho, finais de semanas ocupados com confecção de material, exercícios, testes, provas, 2º chamadas, ementas, atividades online, projetos, apresentações - nada disso pago! Confrontação com alunos constantes por conta da falta de respeito e indisciplina em sala de aula; conflitos constantes com coordenações por conta destes desentendimentos com alunos, ora a coordenação criticava por ter sido dura ou por ter sido leniente. Nunca a atitude tomada estava em concordância com as expectativas das coordenações. Este embate emocional me causou muito prejuízo à saúde, tive capsulite aguda no ombro esquerdo que provocou a perda de movimentos do braço e o tratamento durou 1 ano e meio. Quando fiquei boa do ombro esquerdo, aconteceu o mesmo no ombro direito. Os médicos eram claros em dizer que a causa era estresse. Um estresse que também me gerou problemas de saúde como regurgitação noturna e dores no estômago que, graças a Deus, não chegaram a se transformar em gastrite ou algo pior. Sem contar as dores musculares na cervical. Agora, minha situação: Pela graça de Deus, minha aposentadoria saiu em novembro, bem próxima do teto. Daí, as escolas me demitiram. No período em que estava nas escolas, meus finais de semana ficavam muito super lotados, com excesso de trabalho e toda a demanda que elas têm. Muito mais intenso do que nos cursos livres! Agora, quero finalmente ter mais tempo livre para cuidar melhor da minha saúde, fazer exercícios físicos, ter mais tempo para descansar, ler bons livros, assistir os seriados que gosto, enfim... viver a vida! He he he! Bem, por conta do trabalho, também pude fazer coisas das quais gostava!”

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